Marco Antonio Ramos de Almeida, superintendente da Associação
Viva o Centro, foi entrevistado pelo jornal "Diário do Comércio" na
segunda-feira, dia 26 de agosto, e falou sobre a situação da Praça
da Sé.
Confira abaixo a notícia na íntegra ou acesse este
link.
Praça da Sé deve ser resgatada
Por Mariana
Missiaggia
Entidades ligadas ao Centro de São Paulo concordam que a Praça
da Sé precisa ser resgatada. As fotos publicadas ontem pelo Diário
do Comércio, mostrando a degradação do marco zero da Capital,
repercutiram entre representantes da sociedade civil e
autoridades.
Barracas, pessoas deitadas, embriagadas, aglomeradas, consumo
de drogas à luz do dia e animais doentes preenchem boa parte de um
dos principais pontos turísticos de São Paulo.
Para Rogério Amato, presidente da Facesp e da Associação
Comercial de São Paulo (ACSP), o que acontece no marco zero
paulistano é uma situação de degradação urbana e de drama humano.
Amato acredita que solução seja imediata intervenção do poder
público. "A sensação é de descaso geral. Existem coisas que são
deveres dos governos estadual, municipal e federal. A recuperação
da Sé é um desses deveres."
Tráfico - Além da situação de abandono,
o presidente da ACSP também chamou atenção para o mau uso do espaço
público. "A praça já está virando ponto de traficantes. A venda de
drogas é crime. E mesmo acontecendo todos os dias, diante de nossos
olhos, as autoridades não cumprem o seu papel. A lei deve ser
cumprida, inclusive pelo poder público. Assim como um empresário é
multado quando encontram anormalidades em seu estabelecimento",
declarou Rogério Amato.
Na concepção de Marco Antônio Ramos de Almeida,
superintendente da Associação Viva o Centro, a Sé passa por um
problema de gestão. "Não acredito que sejam necessários grandes
investimentos e adaptações. Temos que manter o foco na gestão com
atendimento específico para as pessoas em situação de rua,
valorização das obras de arte, zeladoria urbana e informação para
turistas. A Viva o Centro quer transformar o problema em solução,
ou melhor, em potencial. Trata-se da praça mais emblemática de São
Paulo", afirmou Almeida.
Para Almeida, a junção da Praça Clóvis Bevilacqua com a Sé
causou vários problemas no ambiente e que exigem a atenção do poder
público. "Essa unificação separou a praça em várias elevações que
não foram bem organizadas num primeiro momento. A reforma da gestão
do José Serra aliviou esse quesito por ter removido esses
desníveis. Mas a cidade ainda não usa a praça como deveria",
disse.
Em nota, a Secretaria Executiva de Comunicação (Secom)
informou que a rede assistencial da Prefeitura oferece 40 serviços
específicos para a população em situação de rua, na região da Sé.
Informou também que a Secretaria Municipal de Assistência e
Desenvolvimento Social (Smads) encaminha diariamente moradores em
situação de rua para abrigos, por meio de orientadores do Serviço
Especializado de Abordagem Social. O poder público também tenta
promover o retorno destes ao convívio da família e da
comunidade.
Segundo a Secom, a Secretaria Municipal de Saúde mantém uma
equipe de médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde nas
proximidades da praça, além de disponibilizar o Complexo Prates, no
Bom Retiro, uma AMA e um CAPS III Álcool e Drogas 24 horas e um
Centro de Acolhimento.
Em agosto, as equipes realizaram cerca de 313 abordagens aos
moradores de rua na Praça da Sé. No entanto, o número não
representa o número de abordados, uma vez que muitas pessoas podem
ser abordadas mais de uma vez.