InterAção

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EDIÇÃO: 62

Usuários do Centro sofrem com estrutura insuficiente da AR-Sé 

A Administração Regional da Sé (AR-Sé) tem dinheiro, mas não pode gastar." Com essa declaração, feita há pelo menos um mês, a administradora regional da Sé, arquiteta Clara Ant, despertou dúvidas entre a coletividade usuária dos dez distritos abrangidos pela AR-Sé. A afirmação também revelou o possível motivo que levaria a Regional a, após oito meses de trabalho, continuar quase tão desestruturada como quando foi entregue à atual gestão municipal. 

Clara Ant atribui a impossibilidade de gasto a "procedimentos que dificultam ou atrasam a execução orçamentária, mas não a impedem". "Um exemplo é quando se torna necessária a transposição de recursos de uma dotação para outra, como tivemos de proceder, por exemplo, no caso da aquisição de uniformes e materiais necessários para o trabalho dos 230 novos fiscais e agentes vistores", justifica a arquiteta. 

A contratação dos novos funcionários, porém, reflete a vagarosa mas contínua recuperação estrutural da AR-Sé. Pouco depois de assumir a Regional, Clara Ant apresentou a preocupante constatação de que o órgão encontrava-se completamente sucateado. Tudo faltava na AR-Sé: de veículos a funcionários, passando por computadores e materiais diversos. "Comparando com a estrutura invertebrada que recebemos, já se pode constatar uma pequena melhora, mas que ainda está longe do mínimo necessário para responder satisfatoriamente às necessidades da região central", admite a administradora regional. 

Segundo ela, a AR-Sé ainda precisa consolidar uma dinâmica que garanta um rápido atendimento às demandas do cotidiano, manutenção preventiva, fiscalização de rotina e investimentos em melhorias significativas. 

"O atendimento é o item que mais sofreu com o descaso dos governos anteriores. É a parte que mostra a serviço de quem a Regional está voltada", analisa Clara Ant. "A estrutura satisfatória deve possibilitar desde o atendimento eficaz de um telefonema até o armazenamento de informações." Uma das prioridades do órgão é justamente a de equipamentos de informática, assim como a capacitação de quem vai operá-los, para uma rede interna que permita mapear e acompanhar intervenções, reclamações e propostas. Outra necessidade da AR-Sé é a de veículos, cuja pouca quantidade e o mau estado dos já existentes prejudica manutenções, fiscalizações, apreensões e outras atividades. "A AR-Sé poderia dar um salto se dispusesse de quatro veículos tipo Kombi, uma boa caminhonete, dois caminhões carroceria com cabine dupla, um caminhão tipo Munk e mais um tipo Cestinha", afirma a arquiteta. 

Ela espera que, até o início de 2002, as dificuldades estejam superadas. "Até lá, pretendemos ser capazes de atender com o respeito, a agilidade e a eficiência que todos merecem", conclui Clara Ant. Se foi negligenciada pelas gestões anteriores, a AR-Sé precisa ser urgentemente reconstruída. Uma Regional desaparelhada, sem equipamentos e pessoal, não tem como cumprir as extensas e urgentes demandas do Centro. 

Opinião
Prefeitura deve assegurar recursos para a AR-Sé 

Desde janeiro, a comunidade do Centro, organizada em AÇÕES LOCAIS, com o apoio da VIVA O CENTRO, colabora ativamente com a Administração Regional da Sé. Daí não ter sentido que a manutenção urbana do Centro e a implantação dos projetos incluídos no Plano Reconstruir o Centro, iniciado no quadrilátero piloto, sigam morosas por entraves como os apontados em nossa reportagem de capa. O Centro é a própria imagem da cidade, repositório de sua memória histórica, locus das principais instituições da Justiça, das duas bolsas, Bovespa e BM&F - 40% da área ocupada pelo sistema financeiro estão localizados nos distritos Sé e República. Estão no Centro importantes instituições de ensino e os melhores equipamentos culturais de São Paulo, sete estações de metrô e duas grandes estações ferroviárias. Pelo Centro circulam diariamente 2,5 milhões de pessoas. Contudo, o Centro continua mal cuidado. Não é de grandes investimentos públicos que a região precisa, mas de rigoroso serviço de manutenção e conservação, atribuições da AR-Sé, mas a Regional continua sem meios de operar, sem condições sequer de limpar e consertar logradouros públicos na velocidade e com a qualidade que gostaria. É preciso que a prefeita cobre do secretário de Finanças os recursos necessários, e até verba emergial se for preciso, para que a administradora regional da Sé possa cumprir com suas atribuições na região central. São Paulo, dada a importância que tem para o Estado e o País, requer um Centro requalificado, multifuncio-nal, seguro, com uma bem zelada rede de espaços públicos. Só assim o Centro poderá ativar seu enorme potencial de geração de emprego e renda nas áreas de turismo, lazer, entretenimento, cultura e educação.

Lapso - Diferentemente do que foi publicado na edição 61 do InterAção, não foi a Polícia Civil, mas sim a Guarda Civil de São Paulo, que recebeu bolsas de estudo da escola Yazigi.



Praça Roosevelt, em cartaz no IAB-SP 

Está aberta desde 25 de setembro a exposição de monografias, estudos e projetos arquitetônicos sobre a Praça Roosevelt, organizada pela AÇÃO LOCAL Roosevelt e pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SP) com o apoio da Viva o Centro, que preparou uma série de painéis sobre a situação atual do logradouro (foto). A mostra, aberta ao público até 15 de outubro no próprio IAB-SP (Rua Bento Freitas, 306), de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, deverá nortear as discussões sobre a recuperação da praça. No dia 9 de outubro, às 19h30, também no IAB-SP, haverá apresentação dos projetos em exposição e em seguida um debate com a platéia. 

BM&F recupera e mantém Praça Antonio Prado 

Sob os cuidados da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) há mais de 15 anos, a Praça Antonio Prado será agora reformada segundo um novo conceito de manutenção, com total recuperação do piso, ação extensiva também à Rua João Brícola. As obras, totalmente custeadas pela BM&F, decorrem da renovação de parceria entre a bolsa, a AÇÃO LOCAL Antonio Prado e a Prefeitura. 

Centro pede o controle da panfletagem 

Viaduto do Chá: distribuição de folhetos contribui para tornar as condições de limpeza pública ainda mais precárias no Centro 

"A prática da panfletagem é abusiva. Temos que andar com a mão no bolso, senão, em um piscar de olhos, já estamos com um folheto na mão." A opinião é de Leda Duarte, presidente da AÇÃO LOCAL Ramos de Azevedo. Ela não é a única a se queixar da agressiva distribuição de folhetos em vias públicas. Toda a coletividade do Centro tem tido problemas com o número crescente de entregadores. A prática, embora proibida pelo Decreto Municipal 41.027, de 17 de agosto, continua tolerada e responde por grande parte da sujeira nas ruas, entupimento de bueiros e obstaculização da circulação de pedestres. O decreto emitido pela atual gestão municipal revoga uma regulamentação de 1998, que permitia a publicidade informativa e educativa em vias públicas. Embora esteja livre das barracas de camelôs durante o horário comercial, a Rua Barão de Itapetininga, por exemplo, ainda é alvo do excesso de entregadores de folhetos. "Temos de ser criteriosos. Ao mesmo tempo em que a panfletagem deve ser proibida, os trabalhadores contratados para fazê-la devem ser absorvidos por outras funções", diz Carlos Beutel, presidente da AÇÃO LOCAL Barão de Itapetininga. 

Atores mobilizam coletividade para "mutirão lúdico" 

A comissão organizadora que trabalha para a fundação da AÇÃO LOCAL Ladeira da Memória e os atores da Cia. Pessoal do Faroeste realizam, em 6 de outubro, um "mutirão lúdico" de limpeza na Ladeira da Memória e ruas Álvaro de Carvalho, Quirino de Andrade e João Adolfo. O início do mutirão acontece às 10h na Rua Quirino de Andrade, defronte ao Edifício Maracanã, e o evento culminará com uma apresentação artística no Largo da Memória. 

Prossegue a Operação Belezura no Centro 

A Rua da Consolação, o Viaduto 9 de Julho e as avenidas São Luiz e Rio Branco estão sendo alvos, nos fins de semana de setembro, de Operação Belezura promovida pela Administração Regional da Sé (AR-Sé), Departamento de Limpeza Urbana (Limpurb) e Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Nesse caso específico, a operação visa melhorar o escoamento das águas, a fim de evitar enchentes no próximo verão. Desobstrução de bueiros, varrição das ruas, coleta de lixo, raspagem e pintura de guias e postes e capinagem de canteiros compõem o roteiro. 

Engraxates devem ficar na Praça D. José Gaspar 

Resultante da luta da Associação dos Engraxates em Vias Públicas no Município de São Paulo (Assenvipu), presidida por José Gama, também diretor setorial de Defesa Civil da Ação Local D. José Gaspar, o projeto Corredor Cultural, elaborado pela Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) e que visa à recuperação da Praça D. José Gaspar e entorno, vai agregar os engraxates da área, com um detalhe: eles irão trabalhar em cadeiras-padrão. 

Avanhandava pede e recebe reformas urgentes 

Encaminhamento de moradores de rua, remanejamento de pontos de ônibus, instalação de lixeiras e melhoria da arborização e iluminação são algumas das reivindicações feitas pela AÇÃO LOCAL Avanhandava aos órgãos municipais para sua área. O núcleo já obteve da AR-Sé promessa de recuperação da Praça O Recanto do Palhaço Sputnik, na junção das ruas Avanhandava e Frei Caneca; e do Governo do Estado, recebeu um posto da Polícia Comunitária Móvel. Para os demais projetos, a AÇÃO LOCAL busca patrocínio de empresas. 

Furtos em monumento alarmam AÇÃO LOCAL 

A AÇÃO LOCAL São João/Júlio Mesquita, que vem desenvolvendo importante trabalho pela recuperação da Praça Júlio Mesquita, alerta para o freqüente furto de peças de bronze que compõem as esculturas com figuras marinhas da fonte. Segundo os integrantes da AÇÃO LOCAL, quando se obtiver patrocínio para recuperar a fonte, que é o mais antigo chafariz luminoso da cidade, pouco terá sobrado para ser restaurado. 

"Lixo perigoso" exige revisão da lei 

Se a quantidade astronômica de lixo comum produzida no Centro já preocupa seus usuários, a geração e a destinação de resíduos sólidos que causam potencial risco à saúde pública e ao meio-ambiente necessitam de um cuidadoso estudo. Afinal de contas, a região central concentra um grande número de hospitais, farmácias, estúdios de tatuagem, tatuadores ilegais e empresas que comercializam lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias. São esses os principais produtores do chamado "lixo perigoso", como sangue, secreções corporais, seringas, agulhas, curativos e substâncias químicas tóxicas. Quanto a pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes e monitores (foto), não há um serviço público que receba e dê destino correto a esse tipo de material. Os próprios fabricantes e vendedores desses produtos seriam, como determina a legislação federal, os responsáveis pelo recolhimento do material inutilizado, mas na prática não é o que acontece. Questionado sobre o destino do material utilizado pelos tatuadores de rua que ocupam a Avenida São João, o diretor do Departamento de Limpeza Urbana (Limpurb), Marcos Antônio Fialho, surpreendeu-se por não existir uma legislação que trate do assunto. A resolução nº 5, de 1993, determina o trato e a destinação do lixo de farmácias e de hospitais, mas não menciona sequer os tatuadores profissionais. Como o Centro abriga muitos desses profissionais, a lei precisa ser urgentemente revista, para que os tatuadores legais possam receber coleta especial por parte do Limpurb. Os irregulares, porém, devem ser imediatamente retirados das ruas, por serem responsáveis por um seríssimo problema de saúde pública, já que geralmente utilizam materiais não descartáveis e os aplicam até mesmo em animais. 

AL João Mendes insiste na recuperação da praça 

A AÇÃO LOCAL João Mendes está estabelecendo incansáveis contatos com a Prefeitura a fim de ter aprovado um projeto de recuperação da praça, elaborado em 1999 em conjunto com a Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) e aprovado pelo ProCentro. Na época, importantes entidades se disponibilizaram a patrociná-lo, como o Banespa, a Nossa Caixa, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Livraria Saraiva, entre outras, mas o aval definitivo da administração municipal ainda precisa ser dado. 

Praça Paulo Duarte abriga Festa de São Francisco 

A AÇÃO LOCAL São Francisco promove, de 25 de setembro a 4 de outubro, a Novena e a Festa de São Francisco, com missas e eventos especiais na Praça Paulo Duarte. No período, a coletividade organizada realizará plantio de árvores, distribuição de sementes, palestras, seminários, shows musicais, demonstração de animais amestrados, concurso de animais e brincadeiras. 

Circuito Vila Buarque de Educação e Cultura 

Pensando no grande número de centros de cultura e educação existentes na Vila Buarque, a Ação Educativa - Centro de Juventude e Educação Continuada, em conjunto com mais 17 entidades, criou em julho o Circuito Vila Buarque de Educação e Cultura. A idéia é a consolidação de um pólo cultural e educacional vigoroso, que se estenderia a oeste até o Pacaembu e ao Centro até a Sé, passando por Santa Cecília e pela Luz. Algumas das medidas já tomadas são a criação de uma agenda comum de programações, realização de reuniões mensais, de um seminário sobre circuitos culturais, com data a definir, e de uma feira de livros antigos, em elaboração. O tel. do Circuito é 3151-2333 (ramais 146/147). 

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